domingo, 14 de abril de 2013

PF FLAGRA SECRETÁRIO DE ALCKIMIM ENVOLVIDO EM CORRUPÇÃO

 A proximidade entre o empresário Olívio Scamatti e Edson Aparecido, chefe da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), foi revelada essa semana pela Operação Fratelli da Polícia Federal. Segundo as investigações, ocorreram fraudes em licitações de pelo menos 78 prefeituras do interior paulista.
Interceptações telefônicas feitas em 2010 flagraram Aparecido, na época deputado federal pelo partido de Alckim, fazendo "pedidos" ao empresário. Uma dessas ligações teria o objetivo de ajudar o aliado José Jacinto Alves Filho, então prefeito de Auriflama, que precisava mostrar ao Ministério Público que providências estavam sendo tomadas.
Para isso, era necessário que Scamatti mandasse algumas máquinas para colocar asfalto para que fossem fotografadas pelos promotores. "Se abrir processo, a região inteira contamina", disse Aparecido.
Segundo a PF, o chefe da Casa Civil do governo tucano não era o alvo da operação, mas foi interceptado por manter contato com o empreiteiro. A polícia também descobriu que a Demop fez doações para a campanha de Aparecido no valor de R$ 91,6 mil ainda em 2006.
As apurações da PF e do Ministério Público também chegaram ao nome de Osvaldo Ferreira Filho, chamado de Osvaldinho, assessor que trabalhou oito anos com Aparecido. Ele chegou, inclusive, a representar o então deputado estadual em reuniões políticas ainda no início dos anos 2000. Ele é uma das 13 pessoas presas em São José do Rio Preto.
O empresário também foi preso e é acusado de chefiar o esquema de corrupção e desvio de dinheiro público.
Na versão do chefe da Casa Civil do governo de Geraldo Alckmin, o empreiteiro "nunca solicitou nada que indicasse qualquer irregularidade", mas reconheceu, em entrevista ao Estado de São Paulo, que manteve contato próximo com Scamatti. Ainda segundo Edson Aparecido, as doações para sua campanha "foram registradas", e afirma que confia na "inocência" do ex-assessor.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

CADERNO DO ALUNO 2013 TODAS AS RESPOSTAS


Caderno do Aluno 2013 - Confira todas as respostas de todos os cadernos

6º ano

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7º ano

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8º ano

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9º ano

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1º ano – Ensino Médio

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2º ano – Ensino Médio

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3º ano – Ensino Médio

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sábado, 6 de abril de 2013

segunda-feira, 1 de abril de 2013

O DIA QUE A GLOBO FESTEJOU O GOLPE MILITAR DE 64

Um dia depois do golpe militar, o editorial do jornal O Globo, da família Marinho, celebrou a tomada de poder de um governo democrático para um regime ditatorial. O texto, publicado em 2 de abril de 1964, celebra o "ressurgimento da democracia" e anuncia que João Goulart, o presidente que teve seu posto tomada pelos militares, "fugiu". Para o jornal, as Forças Armadas foram dignas de "heroísmo" e a elas devemos nossa "gratidão". Leia abaixo o posicionamento, relembrado pelo Blogg do Amaral Nato.
"Ressurge a Democracia"
Vive a Nação dias gloriosos. Porque souberam unir-se todos os patriotas, independentemente de vinculações políticas, simpatias ou opinião sobre problemas isolados, para salvar o que é essencial: a democracia, a lei e a ordem. Graças à decisão e ao heroísmo das Forças Armadas, que obedientes a seus chefes demonstraram a falta de visão dos que tentavam destruir a hierarquia e a disciplina, o Brasil livrou-se do Governo irresponsável, que insistia em arrastá-lo para rumos contrários à sua vocação e tradições.
Como dizíamos, no editorial de anteontem, a legalidade não poderia ser a garantia da subversão, a escora dos agitadores, o anteparo da desordem. Em nome da legalidade, não seria legítimo admitir o assassínio das instituições, como se vinha fazendo, diante da Nação horrorizada.
Agora, o Congresso dará o remédio constitucional à situação existente, para que o País continue sua marcha em direção a seu grande destino, sem que os direitos individuais sejam afetados, sem que as liberdades públicas desapareçam, sem que o poder do Estado volte a ser usado em favor da desordem, da indisciplina e de tudo aquilo que nos estava a levar à anarquia e ao comunismo.
Poderemos, desde hoje, encarar o futuro confiantemente, certos, enfim, de que todos os nossos problemas terão soluções, pois os negócios públicos não mais serão geridos com má-fé, demagogia e insensatez.
Salvos da comunização que celeremente se preparava, os brasileiros devem agradecer aos bravos militares, que os protegeram de seus inimigos. Devemos felicitar-nos porque as Forças Armadas, fiéis ao dispositivo constitucional que as obriga a defender a Pátria e a garantir os poderes constitucionais, a lei e a ordem, não confundiram a sua relevante missão com a servil obediência ao Chefe de apenas um daqueles poderes, o Executivo.
As Forças Armadas, diz o Art. 176 da Carta Magna, "são instituições permanentes, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade do Presidente da República E DENTRO DOS LIMITES DA LEI."
No momento em que o Sr. João Goulart ignorou a hierarquia e desprezou a disciplina de um dos ramos das Forças Armadas, a Marinha de Guerra, saiu dos limites da lei, perdendo, conseqüentemente, o direito a ser considerado como um símbolo da legalidade, assim como as condições indispensáveis à Chefia da Nação e ao Comando das corporações militares. Sua presença e suas palavras na reunião realizada no Automóvel Clube, vincularam-no, definitivamente, aos adversários da democracia e da lei.
Atendendo aos anseios nacionais, de paz, tranqüilidade e progresso, impossibilitados, nos últimos tempos, pela ação subversiva orientada pelo Palácio do Planalto, as Forças Armadas chamaram a si a tarefa de restaurar a Nação na integridade de seus direitos, livrando-os do amargo fim que lhe estava reservado pelos vermelhos que haviam envolvido o Executivo Federal.
Este não foi um movimento partidário. Dele participaram todos os setores conscientes da vida política brasileira, pois a ninguém escapava o significado das manobras presidenciais. Aliaram-se os mais ilustres líderes políticos, os mais respeitados Governadores, com o mesmo intuito redentor que animou as Forças Armadas. Era a sorte da democracia no Brasil que estava em jogo.
A esses líderes civis devemos, igualmente, externar a gratidão de nosso povo. Mas, por isto que nacional, na mais ampla acepção da palavra, o movimento vitorioso não pertence a ninguém. É da Pátria, do Povo e do Regime. Não foi contra qualquer reivindicação popular, contra qualquer idéia que, enquadrada dentro dos princípios constitucionais, objetive o bem do povo e o progresso do País.
Se os banidos, para intrigarem os brasileiros com seus líderes e com os chefes militares, afirmarem o contrário, estarão mentindo, estarão, como sempre, procurando engodar as massas trabalhadoras, que não lhes devem dar ouvidos. Confiamos em que o Congresso votará, rapidamente, as medidas reclamadas para que se inicie no Brasil uma época de justiça e harmonia social. Mais uma vez, o povo brasileiro foi socorrido pela Providência Divina, que lhe permitiu superar a grave crise, sem maiores sofrimentos e luto.
Sejamos dignos de tão grande favor."

UMA VIAGEM NA ERA DA IDADE MÉDIA


domingo, 31 de março de 2013

A REDE GLOBO COMO SEMPRE ALIADA À JUSTIÇA, RESOLVERAM PERSEGUIR E FECHAR OS BLOGS DE NOTÍCIAS ALTERNATIVAS.

247, com Rede Brasil Atual - Um movimento surgido neste sábado 30 nas redes sociais está convocando uma reunião em defesa do Blog Viomundo para as 17h de terça-feira (2) na sede do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé – rua Rego Freitas, 454, 1º andar, República, Centro de São Paulo.
Na sexta-feira (29) à noite, após tomar conhecimento de que perdera uma ação judicial movida por Ali Kamel, diretor da Central Globo de Jornalismo, o jornalista Luiz Carlos Azenha, responsável pelo Viomundo, anunciou o fim do blog.
Azenha argumenta que não tem como pagar os R$ 30 mil impostos pela sentença, mais os gastos que terá com advogados para recorrer em outras instâncias, e, ao mesmo tempo, manter o blog.
O ato propõe: 
1 - acionar parlamentares para a denúncia da perseguição da Globo à blogosfera;
2 - campanha via internet de coleta da grana para saldar a multa de R$ 30 mil;
3 - atos na Globo contra a censura e em defesa da liberdade de expressão. 26/4 - aniversário da emissora;
4 - acionar relator da ONU para liberdade de expressão para denunciar censura da TV Globo

sábado, 30 de março de 2013

VÍDEOS EXPLICATIVOS DE MATEMÁTICA

Aritmética

sexta-feira, 29 de março de 2013

ALFABETIZAÇÃO CEFAPRO DE PONTES E LACERDA : Caderno de problemas

ALFABETIZAÇÃO CEFAPRO DE PONTES E LACERDA : Caderno de problemas: O livro apresenta situações-problema voltadas à alunos  de 1º a 3º ano, dependendo do nível de aprendizagem do aluno. Visualizar ...

ALFABETIZAÇÃO CEFAPRO DE PONTES E LACERDA : Livro "Oficina de textos" - 6/7 anos

ALFABETIZAÇÃO CEFAPRO DE PONTES E LACERDA : Livro "Oficina de textos" - 6/7 anos: Baixar livro completo Retirado do Blogger Portal Atividades

RESPEITAR AS DIFERENÇAS É PRECISO.

Certas questões na história da humanidade são de tamanha complexidade que mesmo o passar dos séculos não é suficiente para criar culturalmente um consenso a respeito. A homosexualidade é uma delas.
No livro Born to be Gay, o autor William Naphy mostra que nem sempre os homossexuais foram vistos de forma discriminatória. Muitas culturas antigas aceitavam e pregavam as relações entre pessoas do mesmo sexo, fosse como ritual de entrada na adolescência ou com funções associadas ao culto. 
Muitos autores são unânimes em afirmar que somente com a ascensão do judeo-cristianismo iniciou-se a marginalização da homossexualidade. Ou seja, se fizermos um corte transversal no tempo e espaço de nossa civilização veremos que um comportamento visto como absolutamente natural passou a ser considerado “pecado”  e qualificado de crime passível de morte, em muitas nações.
A literatura a respeito não é coisa apenas da modernidade. O romano Suetônio escreveu em seu As Vidas dos Doze Césares, livro do século 2, sobre os hábitos dos governantes do fim da República e do começo do Império Romano. Dos 12, só um deles, Cláudio, nunca teve relações homossexuais. O mais famoso, Júlio César (100-44 a.C.), teve um relacionamento com o rei Nicomedes. 
O conquistador Alexandre, o Grande (356-323 a.C.), também foi conquistado. Seu amante era Hefastião, seu braço direito e ocupante de um importante posto no Exército. Quando ele morreu de febre, na volta de uma campanha na Índia, Alexandre caiu em desespero: ficou sem comer e beber por vários dias. Mandou proporcionar a seu amado um funeral majestoso: os preparativos foram tantos que a cerimônia só pôde ser realizada seis meses depois da morte. Alexandre fez questão de dirigir a carruagem fúnebre, decretando luto oficial no reino.
Sobre o homossexualismo feminino existem muitos poucos registros até o século XVIII mas o historiador romano Plutarco dizia, já no século I, que na cidade grega de Esparta todas as melhores mulheres amavam garotas.
O que tinham em comum pessoas nascidas em épocas tão distintas como o filósofo Sócrates (469 a 399 a.C), o imperador Nero (37-68 d.C.), o artista e inventor Leonardo da Vinci (1452-1519), a rainha da França Maria Antonieta (1755-1793), o dramaturgo Oscar Wilde (1854-1900), os cantores Cazuza (1958-1990) e Cássia Eller (1962-2001), dentre tantas outras personalidades do mundo das artes, da ciência, da filosofia? Costumavam manter relações sexuais com pessoas do mesmo sexo. Wilde, por exemplo, condenado por sodomia a dois anos de trabalhos forçados na prisão, ai definhou, morrendo  logo após sair.
Estariam todos eles errados? Quem somos nós para proferir julgamentos? Apenas agiam de acordo com seu coração e com suas crenças de que cada um tem o direito de escolher o que é melhor para si. Mas na vida em sociedade é necessário obedecer a leis e convenções. Portanto, precisamos analisar, discutir e nos posicionar.
O mundo está repleto de bons e maus exemplos. Um relatório da ILGA, divulgado em Genebra em 2012, revelou que  78 países do mundo consideram o homossexualismo como orientação sexual ilegal, e que apenas 11 permitem o casamento entre pessoas do mesmo sexo ( Portugal, Espanha, Holanda, Bélgica, Suécia, Noruega, Dinamarca, Islândia, Canadá, Argentina e África do Sul. 
A Europa é a região onde os direitos dos homossexuais são mais atendidos  e a pior situação se dá no Irã, Arábia Saudita, Iêmen, Mauritânia e Sudão onde a homossexualidade é punida com a morte, o que ocorre também em algumas regiões do norte da Nigéria e do sul da Somália. Na Ásia metade dos países criminaliza a homossexualidade e em Bangladesh, por exemplo, é punida com prisão perpétua.
No nosso continente, o maior problema é a violência contra homossexuais. A  maioria dos países não tem legislação proibindo a homofobia, mas mesmo em países como Argentina, Colômbia e Uruguai que já aprovaram legislações contra a homofobia, muitos casos de desrespeito e crimes contra estas pessoas continuam ocorrendo à luz do dia. Na Rússia, os índices são alarmantes. Cerca de 45% dos russos dizem ter emoções negativas ao lidar com homossexuais.

A exceção africana no reconhecimento dos direitos da comunidade gay é da África do Sul, onde desde 1996 existe o direito de união, em um continente onde a homossexualidade é proibida em cerca de 30 países e punida com a prisão na maioria deles. 
Nos EUA, a discussão chegou à Suprema Corte este mês e pegou alguns ministros despreparados. Eles questionaram se não teria sido melhor deixar os estados continuarem a testar soluções para a questão separadamente. Nove dos estados americanos já aceitam legalmente a união gay e somente na Califórnia cerca de  40 mil crianças vivem com pais homossexuais. 
O presidente Barack Obama, defensor da causa, reiterou seu apoio no último dia 23 por meio de uma conta no Twitter administrada em seu nome pelo 'Organizing for Action', um grupo de pressão fundado após sua reeleição. "Cada americano deveria poder se casar com a pessoa que ama", dizia a página no Twitter, com a hashtag "#LoveIsLove".
No Brasil, país com expressiva população homossexual, cerca de 24 milhões de pessoas, responsáveis pelo consumo de 150 bilhões de reais ano, a legalização do casamento gay em tramitação no congresso ainda não é uma realidade mas algumas conquistas importantes aconteceram nos últimos anos, dentre elas, a permissão de que um par homossexual pleiteie a adoção conjunta de uma criança, por jurisprudência firmada em casos tramitados junto ao STF.
Acredito que a sexualidade humana seja produto de condições históricas específicas e que o sentido de gênero é principalmente construído e não determinado biologicamente. A expressão da sexualidade é influenciada pela tradição, cultura, economia, princípios éticos, ou seja, tudo o que se pode chamar de estrutura político-social de uma sociedade.
O surgimento de grupos organizados de homossexuais no Brasil e no mundo foi significativo para a busca por respeito e direitos iguais. O comportamento da sociedade de uma forma geral, no entanto, ainda revela que existe muito caminho a percorrer para eliminar a homossexualidade da lista das palavras proibidas. É necessário tolerância com as diferenças. Devemos todos meditar a respeito.

Dep. Chico Vigilante

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

PINCELADAS DE ARTE - BOTTICELLI- O NASCIMENTO DE VÊNUS.flv

Pinceladas De Arte - Rafael- A Escola De Atenas

Reforma Protestante e Contra-Reforma

Renascimento Cultural

Saiba mais sobre o Renascimento Cultural

Crise do feudalismo e renascimento comercial

FORMAÇÃO DO FEUDALISMO EUROPEU: Francos

Civilização Grega: Período Clássico.mp4

domingo, 17 de fevereiro de 2013

64% DA POPULAÇÃO É A FAVOR DAS COTAS RACIAIS NAS UNIVERSIDADES

EDUARDO GUIMARÃES
Chega a ser surpreendente que 64% dos brasileiros apoiem uma política pública que foi tão demonizada e que a mídia até hoje impede que seja defendida equitativamente
No começo, fizeram-se as trevas. Um obscurantismo democrático só comparável ao da ditadura militar se abateu sobre a sociedade brasileira em forma de tentativa dos seus setores mais abastados de imporem a todos uma adesão incondicional à manutenção de privilégios injustos a um seu setor literalmente microscópico.
Apesar de a política pública (mal chamada) de cotas "raciais" ter surgido em universidades estaduais do Rio de Janeiro alguns anos antes, o que desencadeou uma interminável cruzada midiática contra si foi a lei federal 4.876/2003, instituída ao fim do primeiro ano do governo Lula.
A elite étnica, econômica e regional que sempre mandou e demandou no país começou a ver, ali, o embrião do que seria aquele governo, ou seja, um governo que, pela primeira vez na história, ergueria dezenas de milhões da pobreza em que haviam sido esquecidos e os tornaria parte de uma nova "classe média" que, em poucos anos, abrigaria a maioria deste povo.
O Brasil, então, em um mundo em que há cerca de duas centenas de nações ocupava desonrosa posição entre os cinco mais socialmente injustos, perdendo em injustiça social e concentração de renda somente para países miseráveis da África e da América Latina.
Desde a redemocratização, obtida por fadiga de material após duas décadas de uma ditadura militar em que a desigualdade econômica, étnica e regional se aprofundara como nunca antes, tal herança de exclusão social que conflagrara o país e o colocara em virtual guerra civil não refluíra praticamente nada.
A partir de 2003, porém, essa "herança maldita" começaria a ser combatida.
Um dos fatores que, em poucos anos, criaria uma nova "classe média", por estranho que pareça em um país com Educação ainda tão frágil foi justamente o acesso dos mais pobres ao ensino. E, sobretudo, ao ensino universitário, até então reservado, quase que exclusivamente, aos brancos de classe média e alta do Sul e do Sudeste.
Fazer faculdade, no Brasil, em maioria estatística avassaladora era coisa para filhos de famílias de classes média ou alta, de ascendência indo-europeia e brancas do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, e olhem lá.
Negros e mestiços de negros com outras etnias, em nova maioria estatística avassaladora estavam condenados a jamais concluírem de fato os estudos, o que significava nunca chegar ao ensino superior.
O que ocorria no Brasil é que os impostos da maioria pobre – que, à diferença da micro minoria extremamente abastada, não tem como sonegar porque paga imposto embutido nos produtos de consumo básico – financiavam os estudos de ricaços em universidades públicas e gratuitas.
Aos pobres – sobretudo aos negros do Norte e do Nordeste, onde são maioria esmagadora – não havia opção alguma para chegarem às universidades estaduais e federais, pois as instituições tinham provas duríssimas de ingresso para as quais não conseguiam se preparar tendo estudado em escolas públicas nas quais o ensino veio piorando a passos largos ao longo do século passado.
Além disso, negros, pobres e nordestinos ou nortistas não conseguiam adquirir bens culturais de que os brancos de classe média ou alta do Sul e do Sudeste dispunham à farta, tais como viagens, livros, cinema, teatro etc.
Vale explicar que os negros, pobres, nordestinos ou nortistas alijados do ensino superior não residiam apenas em suas regiões natais, mas muito no Sul e no Sudeste, para onde seus pais e avós haviam emigrado em meados do século XX em busca de uma vida melhor.
O vestibular tradicional, desde sempre, mantivera uma massa étnica, econômica e geográfica fora do ensino superior e uma minoria com essas características opostas dentro dele, pois não havia como jovens tão pobres, em contingente minimamente aceitável, disputarem com outros jovens tão favorecidos pela sorte.
Cavalgando, então, um autoengano hipócrita e conveniente sob todos os aspectos, essa elite que reservara cotas de cem por cento para si nas universidades atribuía sua vantagem nos vestibulares ao que chamava de mérito, mas que não passava de sorte de ter nascido em uma família com recursos financeiros e com a etnia "certa".
Nos meios sociais mais elitistas (nos quais, é bom que se diga, este que escreve cresceu), o que era dito, a boca pequena, faria o próprio Hitler corar de vergonha: os negros não chegavam ao ensino superior em contingente condizente com sua representação no conjunto da sociedade porque eram intelectualmente inferiores.
Nunca me canso de contar essa história: certa vez, em uma festa em um bairro dito "nobre" de São Paulo, ao discutir a política de cotas com racistas empedernidos anotando que com ela, em poucos anos, surgiriam médicos negros – uma raridade no Brasil –, ouvi de algumas daquelas pessoas que "jamais se tratariam com um negro".
Eis que a política do governo Lula, inspirada em legislação inclusiva criada nos Estados Unidos na década de 1960, começaria a reverter esse quadro, fazendo com que os negros e mestiços chegassem a 2011, oito anos depois da lei federal 4.876/2003, ocupando mais do que o triplo das vagas nas universidades que conseguiam até 2003.
Estava ameaçada a hegemonia branca, de classe média e alta e do Sul e do Sudeste no ensino superior. O instrumento que servira, historicamente, para perpetuar as desigualdades sociais mastodônticas de que padece o Brasil agora corria o risco de ser anulado, pois o fator financeiro deixava de ser preponderante para garantir acesso ao ensino superior público, sabidamente o de maior qualidade.
Além disso, para os eleitos pela sorte que não gostavam tanto dos estudos havia as universidades particulares, menos concorridas, mas, ainda assim, exclusivas para a elite, pois custavam caro.
Para essa questão do ensino superior privado, o governo federal criou o Prouni, que financiaria estudantes que não conseguissem chegar à universidade pública mesmo com cotas "raciais", mas essa é outra história. Aqui se fala das cotas para negros.
Ameaçada a hegemonia branca no ensino superior, mecanismos multibilionários foram acionados para matar, no nascedouro, uma política pública que, acima de qualquer outra, tinha capacidade para pôr fim àquela hegemonia ao menos no longo prazo. A comunicação social foi usada para esse fim.
De 2003 em diante, jornais, televisões, revistas, livros, filmes e, acima de tudo, um discurso social opressor foram usados para triturar a ideia de cotas "raciais". Não existia, na grande mídia, espaço para contestação. Criou-se, então, um discurso que invertia os fatos: as cotas que beneficiavam jovens negros e pobres seriam "racistas" (!?).
Um dos primeiros discursos que se levantou foi o do "prejuízo acadêmico". A tese era muito simples: os estudantes negros que estariam sendo beneficiados não teriam capacidade para frequentar uma universidade "de elite" e, assim, rebaixariam a produção acadêmica e a qualidade dos formandos.
Com o passar dos anos, a tese se mostraria uma falácia. Nunca se conseguiu detectar o tal "prejuízo acadêmico". Muito pelo contrário. Além de desistirem muito menos dos cursos nos quais ingressavam, os negros pobres se equipararam ou até superaram as notas dos brancos ricos.
Apesar do discurso massacrante contra as cotas "raciais", porém, mostrou-se surpreendente o entendimento da sociedade de que corrigiam uma situação infame sob todos os aspectos.
Poucas pesquisas de opinião foram feitas para aferir a reação da sociedade ao discurso sobre o caráter supostamente "racista" ou depressor qualitativo das cotas para negros. As poucas que foram feitas, foram abafadas. Agora, porém, após anos sem investigarem oficialmente a questão, surge uma nova pesquisa sobre o tema.
Pesquisa Ibope feita para o jornal O Estado de São Paulo entre os dias 17 e 21 de janeiro de 2013 revelou que quase dois em cada três brasileiros (62% da população) são a favor dos três tipos de cotas em universidades públicas – étnicas, econômicas e para egressos da escola pública.
O apoio a cotas para negros, porém, é maior que o apoio aos três tipos de cotas. Enquanto 62% querem todas as cotas, 64% querem cotas só para negros. Os que aceitam que só existam cotas por critérios financeiros ou de origem escolar, porém, superam todos os grupos, atingindo 77%.
Isso, porém, não significa que esses 77% sejam todos contra as cotas "raciais". A diferença para os 64% que exigem cotas para negros mas aceita se forem só para pobres ou egressos da escola pública é de escassos 13 pontos percentuais.
Ser exclusivamente contra qualquer tipo de cota, porém, é o ponto mais interessante. São Pessoas que ainda acreditam na balela de um "mérito" que tem cor da pele, região do país e nível de renda e que congrega míseros 16% da população.
E note-se que, apesar de amplamente minoritária, essa é a posição que predominou na mídia e entre partidos políticos de oposição durante muito tempo.
Aos poucos, porém, pesquisas não oficiais – ou seja, que não foram divulgadas – foram revelando a partidos como PSDB, DEM, PPS e PSOL e até à mídia (todos, inicialmente, contrários a cotas "raciais") que, se continuassem sendo contra qualquer tipo de cota, mergulhariam em um isolamento ainda maior.
Um dos efeitos disso foi a adoção recentíssima pelo governo tucano de São Paulo de uma política canhestra de cotas que impõe mais tempo de estudo pré-universitário a jovens negros e pobres para supostaente poderem chegar "ao nível" dos brancos ricos, o que as outras experiências com a política afirmativa mostraram ser desnecessário.
O fato é que o tsunami comunicacional que se abateu sobre o país tentando convencê-lo de que seria "racista" uma política pública que combateria a situação absurda de um país de maioria negra (segundo o IBGE) praticamente não ter negros no ensino superior, fracassou fragorosamente.
Chega a ser surpreendente que 64% dos brasileiros apoiem uma política pública que foi tão demonizada e que a mídia até hoje impede que seja defendida equitativamente. Significa que esse contingente esmagador da sociedade teve contato com a tese da elite "racial" e a considerou uma falácia.
O país que a recente pesquisa Ibope revela é um país muito diferente daquele que é apresentado como sendo o Brasil, um país de alienados que não entendem os mecanismos que foram usados para criar tanta injustiça social.
O Brasil, pois, mostra-se muito atento a políticas contra a desigualdade e, eleição após eleição, deixa ver que está decidido a votar em causa própria, ou seja, em políticos e partidos que, por atos e ações, reconhecem que há um sistema de exclusão social erigido para manter a secular iniquidade brasileira.